quinta-feira, 10 de junho de 2010

VICE-PREFEITO RECEBE COMISSÃO

No passado dia 07/06/10, por solicitação do Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Azevedo, o Vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho, recebeu uma Comissão para tratar de demandas sociais.

A Comissão era composta de moradores do Recanto UFMG, da Av. Antônio Carlos, do Movimento Nacional de População de Rua, da Pastoral de Rua e do Serviço de Assistência Judiciária da PUC Minas.

Ao Vice-Prefeito foi dito ser inaceitável a decisão da Prefeitura de construir um viaduto que facilitará a mobilidade na Avenida Antonio Carlos e o acesso ao Estádio Mineirão, para a Copa de 2014, atingindo cerca de 60 famílias que ali vivem há mais de dez anos. A estas famílias o Município não oferece outras moradias. Apenas uma indenização que não permitirá sequer adquirir um barracão em qualquer favela da cidade.

O Vice-Prefeito disse ser justo o pleito dos moradores. O mais correto seria buscar uma saída que viabilizasse a construção de moradias para as famílias atingidas. E que iria convocar uma outra reunião em que estariam presentes a Comissão e os Secretários de Desenvolvimento Urbano, Murilo Valadares; o Secretário de Planejamento, o Secretário de Habitação e o presidente da URBEL. Nesta reunião se discutirá a possibilidade de uma outra saída que não seja apenas a indenização das famílias.

A COPA NÃO É MAIS QUE NOSSAS VIDAS, LUTAMOS POR MORADIA DIGNA!

Não somos contra o desenvolvimento urbano, mas não aceitamos ser removidos sem diálogo e negociação justa.

Em função da Copa, mais um viaduto será construído na cidade para ligar a Av Antonio Carlos à Av. Abraão Caram e facilitar o acesso para o Mineirão. Para isso querem nos retirar do local onde moramos há mais de 13 anos. A nossa vida e sobrevivência estão organizadas na região da Pampulha. Utilizamos os serviços e equipamentos públicos de saúde, escolas, creches Centro de Referência Assistência Social, Igrejas e instituições diversas. Trabalhamos como catadores de Material Reciclável, pedreiros, serventes, diaristas, domésticas, cozinheiras entre outros. Somos mais de 60 famílias e participamos ativamente da comunidade local.

É injusta a proposta da prefeitura, pois não nos assegura o direito a outra moradia digna na cidade. A construção do viaduto não pode ser pretexto para jogar na rua. Desfrutamos do direito a moradia que é assegurada pela Constituição Federal.
Moradores do Recanto UFMG